Quem sou eu

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Letra a letra e as aspas e reticências que a vida tem serão esboçadas aqui. Por quê? Já dizia Clarice Lispector, "Porque há o direito ao grito. Então eu grito". Só quero dividir as doçuras e azedumes, as rosas e espinhos que vou encontrando na Roseira da vida. Rosas pra você.

terça-feira, 17 de setembro de 2013


Sempre haverá um fim de tarde que silencia ou uma manhã que causa náuseas por ter começado. Haverá uma ventania que trás pensamentos ruins e um temporal que manchará a alegria. Sempre haverá.

Felicidade pra ser completa tem que ser de mentira, tem que ser inventada e atuada por atores que preferem se enganar a viver os buracos escuros em que vez por outra serão empurrados.

Você acha que consegue controlar o mundo, mas a verdade é que não pode controlar nada, nem seus próprios pensamentos. Não existem regras que não possam ser quebradas, não existe verdade que não tenha mais de uma versão, não existe felicidade que suporte uma vida sem deixar pedaços pelo caminho.

Nada é completo, único ou insubstituível. Ninguém consegue manter uma alegria inventada quando deita a cabeça no travesseiro e se obriga a encarar a verdade e a cadear novamente todos os medos que carrega dentro do peito.

O mundo não é cor de rosa, as nuvens não são feitas de algodão e a vida meu caro, é esse apanhado de acontecimentos. Hora aceitável, hora uma porcaria que a gente fantasia pra fazer de conta que é feliz.

 



segunda-feira, 16 de setembro de 2013

 

 
Nunca tive jeito pra despedidas. Acho que quem a gente escolheu pra dividir a vida deveria estar perto, sempre.

Basta eu fechar os olhos pra sentir como seria diferente se nossa única distância fosse as nossas pequenas diferenças. A gente se despediria hoje, mas saberia que amanhã, se a saudade apertasse, estaríamos ali, um pro outro. Eu poderia tocar sua campainha a qualquer momento e dizer que vim passar um tempo com você. Você poderia chegar de surpresa, trazer a minha sobremesa favorita e rir da minha fraqueza por doces.

A gente teria tempo pra ficar jogado no sofá, sem se preocupar com a hora da partida cada vez mais próxima. Olharíamos bem menos para os ponteiros do relógio. Estarmos juntos, seria nossa única preocupação.

Em uma tarde chuvosa qualquer, você passaria aqui em casa. Iríamos para o melhor café da cidade, você falaria sobre o dia estressante no trabalho e eu, empolgada, te contaria cada detalhe dos meus novos projetos. Você me ouviria com atenção, como sempre.

Só que no lugar do cotidiano acalentador que idealizamos, a saudade que transforma tudo em dor e de certa forma revolta, nos distancia do que queremos ser. Nós, todos os dias.

Tardes de sol, dias de chuva, dias de tédio e euforia, tudo se perde. São nossas perdas irrecuperáveis. Pedaços da nossa história que ficam e deixam saudade antes mesmo de serem vividos.

Nós, todos os dias, é o que eu sonho pra gente. Quero o cotidiano, tudo o que é simples, bobo, desgastante. Quero mais dia a dia. Quero mais dias. Quero poder dormir tranquila por ter olhado nos teus olhos e ter a certeza de que você está bem.


 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

 
 
E então, num domingo à tarde caminhando nas ruas de um parque sem graça você se da conta que encontrou, finalmente encontrou quem fará seu coração suspirar por muito tempo.
E você olha pro céu. Não para agradecer, mas para o dia nublado e sem cor que te dá a certeza de que é ele, sim, é Ele. Porque seu coração continua feliz mesmo sem o sol, e continua saltitando como uma criança com brinquedo novo e ao mesmo tempo, calmo como um dia de férias ao balançar de uma rede de descanso. Dentro de você toca uma música doce e serena de John Mayer. As batidas do coração, o barulho do vento nas árvores, tudo dança no mesmo compasso.

Você olha pra ele e ele sorri. Simples como caminhar, mas intenso, vivo.  É incrível sentir o inexplicável. É bobo e é complexo.
E quando ele, lá das alturas te abraça e te faz flutuar numa tentativa, talvez, de chegar ainda mais perto, você agradece a quem quer que seja por estar ali, com ele, naquele momento.

Ele passa as mãos no cabelo num gesto habitual e você acompanha com os olhos, cada fio. E você pensa: Ele é bonito demais pra alguém com o coração tão lindo também. Sem drama, tenho certeza que isso é poesia.
E então você acredita, a vida gargalhou pra você, mesmo. 
 
É lindo, eu sei. Mas toda essa perfeição, acredite, vai te decepcionar muitas vezes, e você vai odiá-lo por isso, muito.

Talvez odeie por uma hora ou quem sabe duas quando a raiva for daquelas bem grandes, mas vai passar. Porque você o encontrou. Entre tantos outros você o reconheceu e isso explica tudo. Uma explicação que só vocês dois entendem. Um enigma desvendado, abstruso, acabado e afável.

 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Por amor as causas perdidas
 
 
 

Há quem tenha medo de arriscar, de se envolver em nós apertados e perder o controle do tempo que vem depois.

Medo mesmo a gente deveria ter do incompleto, daquilo que quase foi e que fica martelando dentro do peito com mil pontos de interrogação.

Deveríamos ter medo de pouca vida, de emoções contidas e desejos reprimidos.

É tanta história que se perde entre nãos e suposições, entre a falta de certeza, de clareza das palavras e franqueza no olhar que chego a lamentar as causas perdidas.

Olha, não é por piedade, mas quem já perdeu o que nunca mais poderá ser recuperado merece da vida um abraço apertado e amor pra curar. Cada um sabe a perda e o peso que carrega. Só não sabe até quando ou se um dia vai passar.

Pensamentos assim como o vento são imprevisíveis. Alguns desaparecem e outros jamais são esquecidos. Geralmente os que doem mais, as perdas irreparáveis. Fragmentos de nós que ficam pra trás quando já não á tempo de voltar. A vida não para, lembra? Não se pode pedir calma.

Seja a hora ou o amor da sua vida, perder nunca será bom. Nada que é arrancado da gente pode ser. Sei lá, de certa forma o que se perde fica pra traz e a vida segue do mesmo jeito. As vezes um pouco sem jeito, mas segue do jeito que dá, faltando pedaços, cambaleando entre um passo e outro.

 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

AQUELE APERTO NO PEITO 
 

Talvez lá no fundo, atrás daquele sentimento ameno de que tudo está como deveria ser, exista a inquietação que não te permite cessar a busca.
Quando o olhar se perde no infinito e o sorriso precisa ser lembrado que seu dever é estampar o rosto, vale repensar se as coisas estão mesmo em seu lugar.
Devagar o mundo muda. A gente muda também.
Talvez você perceba que é outro e que está á quilômetros de distância daquela pessoa munida de felicidade que um dia foi. Ou quem sabe seja tomado pela certeza e lucidez de que a vida foi boa demais com você.
Sim. São os momentos de reflexão que surgem como um aperto no peito, uma inquietude que precisa ser ponderada. É o intervalo que se instala para que a gente entenda se deve dar meia volta ou seguir adiante com passos firmes e seguros. Às vezes não tão seguros assim.
Talvez você se pergunte o que acontece quando não se atende a este aperto no peito. A ninguém cabe a definição das coisas, mas ouso achar que a gente se perde da gente mesmo e fica por aí, como quem não enxerga o colorido do mundo. Por isso, meu conselho: não se perca.


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Amor Maior
 
 
 
Hoje faz 26 anos que ele é parte da minha vida. Não lembro o dia em que nos conhecemos, só sei que não é possível encontrar um único minuto em que eu o tenha odiado.

Sempre foi amor e mais nada. Amor na sua forma mais pura. Daqueles que valem mais que sua própria vida, sabe?

Por vezes desejei ter o poder de poupá-lo, colocá-lo em uma redoma de vidro onde nada nem ninguém pudessem lhe causar mal. Mas não tive esse poder.

A gente cresce e se machuca. Erra e aprende a levantar. Às vezes não aprende.

O sorriso dele sempre foi minha alegria, resposta as minhas orações. E eu sempre pedi muito. Proteja, guie, acalente. E ainda peço.

26 anos se passaram desde que a gente se viu pela primeira vez e que estes laços invisíveis que hoje nos unem se amarraram. Saudade do meu companheiro de vida. Saudade que já dura um tempão.

Hoje eu só queria abraçá-lo bem forte e dizer: Eu continuo te amando. 
 
 
 
 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

QUANDO O AMOR É TUDO
 


Não é difícil imaginar como seria nossa vida daqui alguns anos. Tenho só pensamentos dourados quando penso em nós dois. Uma vida cheia de sonhos realizados, corações acelerados e muito brilho no olhar. Não queria mais nada pra gente. Só isso bastaria. E seríamos felizes desse jeito.

Complexo é arquitetar a vida longe de quem ocupa grande parte dela, ou na melhor das hipóteses, quem ocupa tudo. O que eu faria por exemplo, se não ouvisse a voz dele todos os dias antes de dormir? Não consigo encontrar algo que possa preencher essa lacuna que ficaria no lugar. Não poder abraçá-lo seria como me negar o direito de ter paz. E eu jamais sobreviveria sem ela. Se me falta-se o sorriso dele, sem dúvida faltaria o meu também. Quanto pode valer uma vida sem motivo pra sorrir?

Quando a gente encontra quem faltava pra deixar tudo perfeito, não tem mais jeito de achar perfeição em outro lugar. Me faltaria o cheiro dele, tão familiar, tão parte de mim. Me faltaria alguém á quem eu pudesse contar as monotonias do meu dia, e me faltaria alguém que se importasse.

Morreriam os sonhos. E só.

Difícil entender o tamanho da dor se eu não pudesse mais voltar para o coração dele e se lá já não restasse mais espaço pra mim. Eu ficaria como quem não tem mais lugar no mundo. Entende?

Quando o amor de alguém é tudo o que você tem nada vida, a possibilidade de perdê-lo é dor que não se pode medir. É a vontade aguda e insistente de abandonar o próprio corpo por um tempo, porque dentro dele é o único lugar que você não consegue estar.

Mas não é possível abandonar-se. Não é possível se deixar, tirar férias da gente mesmo e parar de sentir, de se importar e de se doer. Então a gente continua sentindo, e se doendo, e se perguntando: Será que um dia isso passa?

Talvez a resposta seja vaga, mas a única que encontrei até agora: Um dia não existe pra quem ama e quem sofre tem seu coração congelado antes mesmo que tudo tenha a chance de passar.


 

sexta-feira, 12 de julho de 2013

 
Pesos Desnecessários
 
 
 
 
Nem sempre  a vida é leve como uma pena ao vento. Cansa-se quem espera que ela sorria e mostre a direção correta à ser percorrida.
 
As vezes é preciso apostar no próximo passo e é preciso torcer para que ele nos leve ao cume de nossos sonhos.
 
É difícil entender onde realmente queremos chegar. Esta, é a indecisão mais brutal e covarde que carregamos dentro do peito.
 
Acredite, a gente jamais pode se permitir carregar pesos desnecessários no peito. Por nada, nem ninguém.
 
Quando a balança pende para o lado que nos esconde o sorriso é preciso se desfazer. É preciso arrancar de dentro da gente tudo o que nos impede de bater asas rumo ao que nos faz simplesmente melhor.
 
Não corra o risco de olhar para traz e constatar que o passado está logo ali, ou que o passado está aqui, pesando o presente e prendendo os seus passos para o futuro.
 
Algemas e pesos nem sempre são visíveis. É preciso  muita coragem para enxergar e dolorosamente arrancar da vida aquilo que erroneamente acreditamos ser essencial.


domingo, 30 de junho de 2013

Plenitude e Amor
 



Foi quase sempre assim. Aquele emaranhado de tecido branco, sempre tão brilhante e tão puro nunca passou despercebido por mim.

Uma paixão que surgiu em algum momento em que eu não posso recordar. Talvez tenha se originado dos contos de fada, dos finais “felizes para sempre”, das princesas e dos príncipes que eu lia nos livros infantis.

Acho ainda que desde muito pequena eu entendia que não era apenas um vestido, que não era apenas a cor branca que se destacava de longe entre qualquer outro modelo na vitrine. O que me encantava mesmo era a Plenitude. Era o significado de todo aquele tecido caro, de todas as pedras bordadas  à mão, de todo o tempo e investimento.

Vestidos de noiva eram especiais. Eram únicos.  Eram o símbolo de uma história. E desde então, pra mim, passaram a representar o amor, a decisão da união e o fim de uma fase que eu naquele momento ainda não podia imaginar como seria.

Foi muito pequena que eu entendi que vestidos de noiva eram uma espécie de portal. Era o lugar em que toda garota gostaria de chegar. Não falo de todo aquele tecido branco. Falo de Plenitude e Amor.


 

terça-feira, 2 de abril de 2013

Quando Ele Acordar
 
 
 

Bom dia Amor,

Só queria te dizer que apesar de toda a tempestade e de todos os sentimentos afogados neste mar de palavras revoltas, o meu amor, o nosso amor, nunca mudará.

Fiquei aqui durante horas esperando você abrir os olhos. Queria que visse que estou perto. Apesar de tudo e de todos, eu sempre estarei. Lembra quando concordamos que a cada dia que passasse nosso amor se tornaria maior? Estou aqui pra te dizer que apesar dos pesares, acordei te amando mais.

Abra os olhos e diga “eu também”. Diga que a bonança se instalou entre nós agora.

E eu te direi, “eu sei”.
Eu volto
 
 
Perguntaram-me como estou. Respondi sem rodeios: Estou indo.
Indo para algum lugar que entenda minha pressa de viver e minha ingênua liberdade impregnada, cravada no meu peito.
Não escolhi ser assim. Apenas recebi essa sentença. Recebi a ordem de não aceitar o domínio, de não baixar a cabeça para aquilo que não me faz bem, de não me aliar ao que me retém.
Aqui são tantas regras, setas apontando para lugares que não são meu cais. São frases imperativas sem sentindo que eu não consigo entender, que eu não consigo aceitar.
Estou indo para onde haja sol nos dias de chuva. Sol, estrelas e flores, tudo dentro de mim. Indo para o encontro com a paz e o aconchego, para o desejo de dias mais favoráveis.
Levo na bagagem meus sonhos e a saudade de tudo que ficará para trás. Volto quando me curar.


quinta-feira, 14 de março de 2013


Era pra Sempre




Aquela história de que era pra sempre, fica guardada em algum lugar que a gente sabe onde fica, mas não quer mais encontrar. A gente se depara com aquela frase boba que insistia em dizer que jamais faria sentido. O pra sempre, sempre acaba.

Mas como se não bastasse esse choque de realidade, você descobre e vivencia que o pra sempre não acaba em sincronia com o outro. Ele é solitário. Sempre deixa alguém com um “pra sempre” pulsando vívido no coração.

E é um pulsar insistente, que grita e arde pra não se deixar esquecer. Amar sozinho é enfermidade que não tem remédio, não tem diagnóstico confiável. O que resta, é confiar no tempo. No imprevisível e abstrato tempo.

Confiar. Está aí a palavra que todo aquele que já sofreu desconfia.
 
 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

 
Novo Endereço
 



Acho que no final das contas, estamos sempre voltando para casa. Estamos sempre voltando para o nosso refúgio, aquele lugar em que podemos retirar a armadura e simplesmente ser. O nosso universo, o lar.
 

Sempre acreditei que casa é onde o coração está. Sim. Estamos sempre voltando para os lugares que acolhem o nosso coração.
 

Casa é o ninho que nos acalenta, e que ultrapassa as barreiras do espaço físico. È o sentimento de completo conforto e a certeza de estar no único lugar que pode lhe trazer paz.

 
A gente está sempre voltando pra casa. Para o abraço que acolhe, para o sorriso sincero, para a palavra que orienta nossos atos, para a voz que embala o nosso coração.
 

Estamos sempre voltando pra casa. E ela as vezes muda de lugar, muda de endereço.Você sente isso, quando o corpo precisa voltar  mas o coração fica, se recusa a seguir adiante. É neste instante que você entende que o seu coração encontrou outro lugar para morar.


 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013


A Melhor Companhia
 
A gente faz esforços absurdos que ninguém vê, nem desconfia. É no mínimo curioso se privar de tudo, suportar pesos e perdas e compreender que a atitude corajosa e heroína de continuar é absolutamente sua. Afinal, quem pode seguir sua vida adiante além de você?
 
É muito hematoma, é muita porrada que a gente leva no decorrer do tempo, mas ninguém vê. E então você aprende, aprende cedo demais, que é só você e mais ninguém. São os seus problemas, os seus traumas, os seus medos. Ninguém vai se doer por você, entenda isso de uma vez por todas.
 
Foram tantas vezes que você se doou, se doeu, se entregou. Foram tantas vezes que você se anulou, se esqueceu, se emprestou e foi devolvido machucado. Esqueça tudo isso. É melhor assim. A vida fica mais leve quando você para de esperar coisas em troca e quando você se da conta que ninguém poderá se importar mais com você do que você mesmo.
 
Existem pessoas especiais que tornam nossa vida mais aceitável e que até nos fazem esquecer em certos momentos que somos só, que todos nós, somos em nossa essência, solitários. Mas aceite, se aceite, e verá que você pode ser a melhor companhia, o melhor confidente e aconchego.


Eu sempre me acalento, e me cuido. E quando fecho os meus olhos consigo perceber que a obviedade de nossa solidão só existe pra nos lembrar de quão fortes somos.
 
 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


Recalculando a Rota


Tem que ter coragem para ver o mundo desabando e dar mais um passo a frente, de cabeça erguida e olhos adiante. Tem que ter peito para ver o que você mais ama acabar e sorrir, dar um abraço e dizer “Até quem sabe um dia”. Quem ama nem sempre encara o “quem sabe um dia”. Quem ama quer tudo agora, braços e abraços, boca e sorriso, amor e seus sinônimos.

É preciso ter coragem para seguir caminhando quando o que se via a frente era simplesmente nós e o que se vê agora é somente eu. Dói e dá medo admitir que algumas situações são incontornáveis. Na verdade, a vida é incontornável.

A gente toma novos rumos, tenta encontrar atalhos que nos levem ao lugar onde tudo terminou. Mas não encontra. Os lugares mudam, os sentimentos mudam. A gente também muda, e muito.

É bonito ver quem se arrisca, quem mete a cara nas situações mais imprevisíveis e sai ileso, sem ferimentos no corpo e no coração. Mas nem sempre é assim. É perturbador seguir sozinho. Repensar todos os planos que antes tinham lugar pra dois, reavaliar todos os sonhos que cabiam em duas nuvens. Tudo volta a ser só um e essa singularidade pode ser sombria se você não souber recalcular a rota.

Pois é devagar que os passos à frente passam a não ser tão dolorosos, e o que ficou para trás deixa de ser ferida para ser apenas vulto. Os planos se ajustam e os sonhos permanecem, só que em nuvens que cabem apenas um, você e mais ninguém.

As decepções nos obrigam a ser egoístas, a pensar na gente um pouquinho mais, a se doar menos e se poupar mais. Só quem já perdeu o chão sabe e entenderá a dor de flutuar sobre o nada e ver sonhos e planos evaporarem para até quem sabe “um dia qualquer”.

Não há tempo para esperar dias que provavelmente não virão. É preciso recalcular a rota, recalcular a vida e o coração.