Quem sou eu

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Letra a letra e as aspas e reticências que a vida tem serão esboçadas aqui. Por quê? Já dizia Clarice Lispector, "Porque há o direito ao grito. Então eu grito". Só quero dividir as doçuras e azedumes, as rosas e espinhos que vou encontrando na Roseira da vida. Rosas pra você.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Novamente

Odeio me sentir inconveniente. Quando me sinto boba me odeio mais ainda.
Outra coisa que me dói como uma pedra no sapato é não entender nada. Tenho o triste hábito de preencher as lacunas daquilo que não entendo. E sei que nem sempre acerto.
È que já vi isso acontecer outras vezes. A vida me faz pertencer só pra que eu veja o que eu perco não pertencendo. Mas depois pega de volta. Me deixa no deserto novamente. É o tipo de situação que você não tem a quem culpar, a não ser a você mesma. Culpa que se carrega sem saber por que e nem até quando.
Gosto amargo. Dia ruim.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Fui ser Feliz e não volto

Eu quero tudo e quero agora. Não tenho tempo para amanhã, porque amanhã posso não ser mais eu. Posso ter mudado de jeito, de opinião, de coração.
Quero tudo que é bom. Não pense que isso é mimo de menina grande. È só medo. Medo de enfrentar a decepção e o tarde-demais.
Odeio ouvir que é tarde demais e de sentir que é tarde demais. Já sentiu isso? A sensação de que se foi, de que já era? Cruel aceitar que poderia ter sido, mas agora já passou, se foi, acabou.
Já cheguei tarde e não quero mais me atrasar. A vida que me ature, sempre com uma hora de antecedência e com evento marcado para hoje sem falta. Minha agenda tem 365 dias, que começam de manhã e terminam logo à noite. Odeio esperar. Adiar então, é castigo que eu não gosto de me submeter. Não sou intransigente, sou (apenas) urgente. Posso ser intensa também. Mas isso só às vezes, só quando vale a pena.
Não gosto do morno. Pode ser frio ou quente, preto ou branco. Não me venha com nuances e degrades. Não quero isso, dispenso. Tem que ser ou não ser. E isso é simples.  
Viver tem que ser perturbador. Tem que mexer com a gente e chacoalhar os sentimentos. Perdemos tempo demais com futuro, e ele nem sempre acontece. O presente é agora, e por falar nisso, eu já estou atrasada. “Fui ser feliz e não volto”.


Guarda-Gotas

Está chovendo? Que estranho, eu nem percebi. Jurava que eram apenas gotas de água que caíam do céu. Porque chuva pra mim sempre teve outro significado, outro batuque.
Chuva era quando todas as portas se fechavam, e era quando eu me perdia atrás de uma delas, às vezes a chave escorria junto, afundava, me escondia entre paredes sem janelas e frestas.
Chuva era quando as cores desapareciam. Existia o preto e o branco. Arco íris era uma história que um dia alguém inventou.
Quando eu virava muralha e o sorriso sumia, era a chuva que caia em mim. E já na tempestade era alguém que morria um pouco, que desbotava. Era eu. Calor era sensação que eu não sentia. E o silêncio que doía os tímpanos era um louco a gritar em meus ouvidos. Tudo cinza.
O engraçado é que hoje eu nem percebi. Será que é chuva mesmo?
A verdade é que quando o coração está contente não há água que apague a luz que a gente vê. O sol brilha mesmo com gotas de água caindo do céu. Mero detalhe. Nada que um guarda-gotas não possa resolver.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Elas

A cada dia que passa e a cada enrascada em que me meto, sinto mais saudade das minhas amigas. Aquelas que faziam parte do clube, que guardavam todos os meus segredos, que juravam amizade eterna. Entre nós, não se julgava um sorriso. Não se duvidava da sinceridade de um convite. Não existiam dúvidas.
Éramos fiéis umas as outras. A confiança de estar ao lado de quem lhe amava era certa e constante entre nós. Tenho tanta saudade Delas, mas não aquela saudade que dói. É saudade nostálgica, aquela que às vezes é bom sentir.
Talvez a lembrança não seja apenas de minhas amigas, mas daquele tempo em que se podia fazer a festa do pijama e falar sobre meninos até o dia nascer. Podíamos rir a noite inteira, e cantar desafinadas sem se preocupar. Não conhecíamos o significado da palavra preocupação. Sonhávamos com o futuro, com a profissão, o primeiro namorado, o casamento e tantos outros sonhos, doces e puros.
Trocávamos cartinhas, trocávamos roupas e até as famílias às vezes. Um fim de semana era pouco para tudo que precisávamos fazer e articular. Até as férias de verão eram pequenas demais.
Hoje me sobram eventos sociais, reuniões, confraternizações que jamais chegarão aos pés das nossas “festinhas”.
Nos palcos montados, onde representar papéis é habitual, me contento com caras amarradas, sorrisos forçados, incompatibilidade e indiferença. Preço alto a pagar. A vida segue, e a gente evolui. Será?