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Letra a letra e as aspas e reticências que a vida tem serão esboçadas aqui. Por quê? Já dizia Clarice Lispector, "Porque há o direito ao grito. Então eu grito". Só quero dividir as doçuras e azedumes, as rosas e espinhos que vou encontrando na Roseira da vida. Rosas pra você.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Guarda-Gotas

Está chovendo? Que estranho, eu nem percebi. Jurava que eram apenas gotas de água que caíam do céu. Porque chuva pra mim sempre teve outro significado, outro batuque.
Chuva era quando todas as portas se fechavam, e era quando eu me perdia atrás de uma delas, às vezes a chave escorria junto, afundava, me escondia entre paredes sem janelas e frestas.
Chuva era quando as cores desapareciam. Existia o preto e o branco. Arco íris era uma história que um dia alguém inventou.
Quando eu virava muralha e o sorriso sumia, era a chuva que caia em mim. E já na tempestade era alguém que morria um pouco, que desbotava. Era eu. Calor era sensação que eu não sentia. E o silêncio que doía os tímpanos era um louco a gritar em meus ouvidos. Tudo cinza.
O engraçado é que hoje eu nem percebi. Será que é chuva mesmo?
A verdade é que quando o coração está contente não há água que apague a luz que a gente vê. O sol brilha mesmo com gotas de água caindo do céu. Mero detalhe. Nada que um guarda-gotas não possa resolver.

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