Quem sou eu

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Letra a letra e as aspas e reticências que a vida tem serão esboçadas aqui. Por quê? Já dizia Clarice Lispector, "Porque há o direito ao grito. Então eu grito". Só quero dividir as doçuras e azedumes, as rosas e espinhos que vou encontrando na Roseira da vida. Rosas pra você.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

 

 
Nunca tive jeito pra despedidas. Acho que quem a gente escolheu pra dividir a vida deveria estar perto, sempre.

Basta eu fechar os olhos pra sentir como seria diferente se nossa única distância fosse as nossas pequenas diferenças. A gente se despediria hoje, mas saberia que amanhã, se a saudade apertasse, estaríamos ali, um pro outro. Eu poderia tocar sua campainha a qualquer momento e dizer que vim passar um tempo com você. Você poderia chegar de surpresa, trazer a minha sobremesa favorita e rir da minha fraqueza por doces.

A gente teria tempo pra ficar jogado no sofá, sem se preocupar com a hora da partida cada vez mais próxima. Olharíamos bem menos para os ponteiros do relógio. Estarmos juntos, seria nossa única preocupação.

Em uma tarde chuvosa qualquer, você passaria aqui em casa. Iríamos para o melhor café da cidade, você falaria sobre o dia estressante no trabalho e eu, empolgada, te contaria cada detalhe dos meus novos projetos. Você me ouviria com atenção, como sempre.

Só que no lugar do cotidiano acalentador que idealizamos, a saudade que transforma tudo em dor e de certa forma revolta, nos distancia do que queremos ser. Nós, todos os dias.

Tardes de sol, dias de chuva, dias de tédio e euforia, tudo se perde. São nossas perdas irrecuperáveis. Pedaços da nossa história que ficam e deixam saudade antes mesmo de serem vividos.

Nós, todos os dias, é o que eu sonho pra gente. Quero o cotidiano, tudo o que é simples, bobo, desgastante. Quero mais dia a dia. Quero mais dias. Quero poder dormir tranquila por ter olhado nos teus olhos e ter a certeza de que você está bem.


 

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