Nunca tive jeito pra despedidas. Acho que quem a gente
escolheu pra dividir a vida deveria estar perto, sempre.
Basta eu fechar os olhos pra
sentir como seria diferente se nossa única distância fosse as nossas pequenas diferenças.
A gente se despediria hoje, mas saberia que amanhã, se a saudade apertasse,
estaríamos ali, um pro outro. Eu poderia tocar sua campainha a qualquer momento
e dizer que vim passar um tempo com você. Você poderia chegar de surpresa,
trazer a minha sobremesa favorita e rir da minha fraqueza por doces.
A gente teria tempo pra ficar
jogado no sofá, sem se preocupar com a hora da partida cada vez mais próxima. Olharíamos
bem menos para os ponteiros do relógio. Estarmos juntos, seria nossa única
preocupação.
Em uma tarde chuvosa qualquer,
você passaria aqui em casa. Iríamos para o melhor café da cidade, você falaria
sobre o dia estressante no trabalho e eu, empolgada, te contaria cada detalhe
dos meus novos projetos. Você me ouviria com atenção, como sempre.
Só que no lugar do cotidiano
acalentador que idealizamos, a saudade que transforma tudo em dor e de certa
forma revolta, nos distancia do que queremos ser. Nós, todos os dias.
Tardes de sol, dias de chuva,
dias de tédio e euforia, tudo se perde. São nossas perdas irrecuperáveis.
Pedaços da nossa história que ficam e deixam saudade antes mesmo de serem
vividos.
Nós, todos os dias, é o que eu
sonho pra gente. Quero o cotidiano, tudo o que é simples, bobo, desgastante. Quero mais dia a dia. Quero mais dias. Quero poder dormir tranquila por ter olhado nos teus olhos e ter a certeza de que você está bem.
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