QUANDO O AMOR É TUDO
Não é difícil imaginar como seria nossa
vida daqui alguns anos. Tenho só pensamentos dourados quando penso em nós dois.
Uma vida cheia de sonhos realizados, corações acelerados e muito brilho no
olhar. Não queria mais nada pra gente. Só isso bastaria. E seríamos felizes
desse jeito.
Complexo é arquitetar a vida longe de quem ocupa grande parte dela, ou
na melhor das hipóteses, quem ocupa tudo. O que eu faria por exemplo, se não
ouvisse a voz dele todos os dias antes de dormir? Não consigo encontrar algo
que possa preencher essa lacuna que ficaria no lugar. Não poder abraçá-lo seria
como me negar o direito de ter paz. E eu jamais sobreviveria sem ela. Se me
falta-se o sorriso dele, sem dúvida faltaria o meu também. Quanto pode valer
uma vida sem motivo pra sorrir?
Quando a gente encontra quem faltava
pra deixar tudo perfeito, não tem mais jeito de achar perfeição em outro lugar.
Me faltaria o cheiro dele, tão familiar, tão parte de mim. Me faltaria alguém á
quem eu pudesse contar as monotonias do meu dia, e me faltaria alguém que se
importasse.
Morreriam os sonhos. E só.
Difícil entender o tamanho da dor se eu
não pudesse mais voltar para o coração dele e se lá já não restasse mais espaço
pra mim. Eu ficaria como quem não tem mais lugar no mundo. Entende?
Quando o amor de alguém é tudo o que
você tem nada vida, a possibilidade de perdê-lo é dor que não se pode medir. É
a vontade aguda e insistente de abandonar o próprio corpo por um tempo, porque
dentro dele é o único lugar que você não consegue estar.
Mas não é possível abandonar-se. Não é
possível se deixar, tirar férias da gente mesmo e parar de sentir, de se
importar e de se doer. Então a gente continua sentindo, e se doendo, e
se perguntando: Será que um dia isso passa?
Talvez a resposta seja vaga, mas a única que
encontrei até agora: Um dia não existe pra quem ama e quem sofre tem seu coração
congelado antes mesmo que tudo tenha a chance de passar.
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