São Só Palavras
Não consigo viver na superfície dos sentimentos. Não consigo
viver o morno e achar normal. Confesso que tentei, e por vezes sofri calada a
abstinência de emoção, daquelas fortes, que chacoalham, que te estremecem e
te colocam no prumo. Tudo ao mesmo tempo.
Abstinência de afeto, de segurança e de mãos entrelaçadas.
Sabe o que é isso?
É que existe mais querer no meu coração do que eu supunha,
existe mais urgência do que eu achei que poderia haver. Que culpa carrego se me
tenho visto enfraquecer lentamente?
Que coração poderia estar em festa quando o que se ama
continua indo embora.
Eu continuo ficando, vendo o que há de melhor em mim se
afastar lenta e continuamente, pra quem sabe depois de uma esquina qualquer,
nunca mais voltar.
A verdade é, que o que dizemos e ouvimos não é, e nunca será
o mais importante. E é por isso que fica difícil me iludir. Sabe, às vezes eu
tento. Tento acreditar, mas sei que as ações valem mais. Comovem-me mais. São o fogo que queima a água morna que não me
serve.
A gente cansa das palavras. A gente se cansa da ausência de
atitude. E isso é lamentável meu Caro.
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